Sou na alma, mais velha.
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PH Maria Lucia de Barros Gomes.
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21/3/2017
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Sinto-me,
mais velha e mais antiqua do que pareço nesta fisionomia clara.
Pois,
gosto tanto das coisas antigas, sinto-me o próprio museu de antiguidades que às
vezes, me esqueço da modernidade.
Entrego-me,
aos modelos rústicos e vintage, aos florais e babados, já me sinto a avó dos
crochês delicados.
Encanto-me
com as pessoas de mais idade, pois me preenchem os seus modos de vida
respeitosos e dedicados
O
romântico, o romance no sertanejo, lírico e no rock, antiquíssimos para melhor
ouvir e sentir na menina dos olhos.
Amo
as luzes de velas, dos filmes dos tempos das caravelas, novelas dos coronéis e
das donzelas, bem vestidas aos modos delas e se ainda existisse; Há, pode ter
certeza estaria eu lá... Como elas.
Quando
eu era moça, me diziam ser mais velha, era o meu jeito acanhado com vestido
longo de mínimas bolinhas e cabelos presos, feito coques e rabos de cavalos,
nem me importava, para mim, eu estava bem singela, mesmo com as minhas pequenas,
quimeras.
Ate
hoje, me encontro do mesmo jeito, desejando a antiguidade dos meus próprios
pensamentos e ainda me perco do sono para olhar o luar e as estrelas no céu,
tão belas, que avisto pela cortina de renda que esvoaça com o vento, pela
janela.
E
sempre acordo, debruçada na antiga escrivaninha, a minha companheira fiel das
escritas datilografadas, máquina antiquíssima que nem é mais “desta nova época”,
mas eu gosto tanto dela. Assim como a antiguidade que se reflete em mim, em
corpo de meia idade, sou na alma, mais velha.
Lucia
Barros.
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